"Pertenço à espécie mais humilhante de cobardes.
Finjo que a minha passividade é um plano, escondo-me no fim do teu ângulo de visão, com a desculpa de te poderes habituar a mim. Escondo na ponderação a estupidez da hesitação.
Sinto-me a escapar pelos teus dedos inconscientemente livres e depois finjo sentir que foste tu que perdeste.
Depois choro porque não me conheces e nunca te deixei conhecer-me. Choro porque não me escolheste e nunca me fiz uma escolha. Choro porque me deixaste e nunca fui ter contigo. Choro a muita coragem que não tenho, quando pouca seria suficiente. Como um idiota, choro. E é assim que, a ti, me apresento.
Por ti, esqueço-me de mim, de que valho o que mereces. E depois choro porque não reconheces o valor que não te mostro.
E continuo, e finjo que sou cobarde, só para me desculpar continuar sem te dizer nada. Finjo que é compreensível porque és tão bonita.
Choro clandestinamente e amo-te clandestinamente, enquanto te observo no teu reino muito, muito distante."
4 comentários:
Soberbo!
está, de uma forma dolorosa (emocionalmente falando), maravilhoso.
(sabes, há uns tempos - quando comecei a falar com o 'espelho meu' -, passou-me várias vezes pela cabeça que poderias ser tu. e és, miguel de miguel.)
"até logo", häagen dazs de cheesecake
é, Paris é maravilhosa-maravilhosa-maravilhosa.
Vais ficar a olhar o reino de fora da muralha?
Ao menos finja o cavalheiro...
Podes conseguir um passeio no jardim.
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