sábado, 13 de novembro de 2010

Carta ao meu amor.


Queria tanto escrever-te um poema de amor daqueles que se lançam das torres dos castelos, que vão com o vento e tangem mais a alma que as folhas que tingem do sangue de que tingiriam se ousasse eu castigar as palavras que não te fazem justiça.
Queria tanto escrever-te um poema de amor, sentado no horizonte à noite, a Lua lá num cima inatingível, tingindo de si o mar em que eu escrevia como quem tange uma oração, como quem se lhe adicionasse em cada lágrima que chorasse por cada beijo que não te roubasse, em cada poema de amor que te escrevesse e, por te não poder tocar, te amasse.
Queria tanto escrever-te um poema de amor que me envenenasse de desgosto, que se fizesse imortal pelo tempo, infindamente à procura de um rosto teu que nunca, nunca, nunca encontrasse.
Queria tanto escrever-te um poema de amor daqueles de joelho no chão e coração na mãos, daqueles de fadas e trovadores e de lágrimas. Mas tocas-me a mim como o sol de cedo à manhã que se espreguiça, aquecendo cada poro do meu dia. Queria tanto fazer-te um poema sentado na beira do passeio, à noite, mas tu sorris e não me lembro de como se escreve o sofrimento e danças comigo como se eu valesse a pena.

olá outra vez :)

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