Hoje queria estar como que morto, numa incubação branca, uma morna hibernação do sentir.
E não sentir.
Nem a chuva a bater na janela, nem a janela por dentro da chuva,
Nem a mim, por dentro da janela.
E deixava o mundo de se dobrar em dentros e foras
E espaços, e horas.
Representar,
Engolir o papel e expirá-lo,
Como quem seja realmente a própria promessa de que se ama.
Adensar-se na imaterialidade de uma paixão ardente e, ainda assim,
Dançar.
Ser mesmo as curvas e os saltos e sobressaltos.
Alugar a alma às estrelas
E ser alma. E derramar-se um pouco por cada momento.
Percutir o sentimento como a um instrumento que se abraça. Que se é,
Quando se é o amor e o próprio amor se pode fazer apaixonar.
Espelho Teu
Olha, Vê, Saboreia.
Descobre-te, saboreando-te.
P.S. Já era tempo de um post mais curto para terem paciência de ler :)
5 comentários:
Vivo tentando saborear a vida... :) Lindo.
Gostei do timbre deste apontamento!
"Quando se é o amor e o próprio amor se pode fazer apaixonar"
Tão bonito, tão real.
Gostei *
O amor pode se apaixonar pela vida - esteja ela bem ou mal.
Porque o amor - se amor - é dádiva vinda a presentear ato, fato, circunstância de se estar , independente do reflexo.
Postagem curtinha mas profunda.
Nem tão fácil de assimilar com sinceridade - pois que cada frase tem 2 donos: quem escreve e quem lê e daí que mesmo curta, torna-se fundamental e fundamento.
"Adensar-se na imaterialidade de uma paixão ardente e, ainda assim,
Dançar."
fantástico :) uau.. *
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