quarta-feira, 19 de maio de 2010

Foda-se a vontade de ser importante. (Vou só mudar de linha, pelo impacto da frase.)

É justificada, esta quebradiça ferrugem dos dedos e da fluência deseloquente que experimenta um cobarde na hora de se levantar. A hora, há sempre de dizê-la como a em que o sol está escondido, mas são 5 da manhã e está escuro. O sol é constante, meu idiota, e quem se esconde sou eu.
Só no escuro a pretensa liberdade, só no escuro o desplante de tentar fazer passar por figura de estilo a pura falta de educação, por fome um assunto. É de cobarde, escrever três verbos seguidos e manter-se inactivamente no escuro, de onde se salta de braços abertos para um público alheio e se bate com a cara na Terra, se quebra os dentes, se parte o nariz, se racha a testa, e não se vê que se escangalham a rir as próprias pedras do caminho do ridículo de se achar que, ao menos, se tentou.

Já se vem adivinhando este fado, desde o casal original. "O fado da iluminação" - cantado, em boa tradição, de preto, em qualquer tasco mal iluminado. Come-se a maçã, acende-se a luz, alimenta-se a sombra, ensombra-se o espírito.
Ó vergonha, ó cobardia! Ó tristeza! Ó povo que lavas, entre olhares de insegurança ao rio que há, sem sombra de dúvida, de expôr a tua sujidade ao mundo. Quanto preferias fadar a revolta desde a tua suja e maltrapilha ignomínia...
Melhor, só alvitrares das tuas resolutas reformas e dos teus apaixonados perdigotos, do cimo de um palco no cimo do mundo, cego e surdo e desconhecendo o teu embaraçoso paradeiro. E talvez, ainda assim, ninguém te ouvisse, pelo meio do gozo de teres sido apanhado com as calças na mão.
Então, meu senhores e minhas senhoras, antes que acendam as luzes, fechem-se as cortinas. Não é cobardia, é bom senso.

E assim se dispensa da ribalta um cobarde.


Tinha saudades disto. Olá de novo :)

2 comentários:

Catraia_Sofia disse...

Gostei da reflexão!ou será provocaçao? lol

Miss Murder disse...

Desmascarei-te por isso corre e vai apagar xD